quarta-feira, 20 de abril de 2011

Notícia

A verdade é que, como muitas outras coisas em minha vida, não sei dar uma notícia, senão apenas pego-a pelo meio. Há algo a ser contado, definitivamente, isso eu o sei, contudo não contá-lo já em seu princípio até aquilo que deve ser escrito, ou melhor, fazer um devido começo com toda a sua esmerada assertividade, preparando tudo para que a história aconteça e nos leve atravessando do ao seu meio e fim, cumprindo enfim sua missão; isso eu não sei. Não é muito diferente quando se dá um aviso. Não sou daqueles que dizem que tem uma noticia ruim, pedem para sentar, enrada inicialmente o faticídio, para então, jogar de maneira suave aquilo que desde o começo se esperava. Sou daqueles que dizem dando uma lapada, colocam sem cuspe, e fazem os outros caírem por não estarem sentados. Mas me compreendam, não por maldade ou nada disso, apenas porque não sei por onde começar. Definitivamente há algo a ser contado, mas não saberia dizer-lhes qualquer coisa a mais senão aquilo que há de ser dito. Sei que de fato, como se diz as palavra, a ordem em que se diz essas palavras, mudam aquilo que se diz. Por isso, acredito eu, quero menos responsabilidade possível naquilo que se diz, senão colocá-las da maneira mais direta que posso, a modo de me livrar delas. Uma notícia ruim como a que tenho para dar-lhes, não merece qualquer introdução vigorosa, rodeada, floreada, pois afinal nada há de bom nela. Pedir para sentar-lhe é diminuir justamente o choque que ela poderá causar e isso tampouco é o que desejo. Não quero que se sintam bem com uma noticia ruim, quero que sintam-se mau, preoucpem-se pois é importante que haja pena, que haja sofrimento, pois só assim, compreeder-se-a tal notícia em sua importância. O que quero dizer é que os floreis, os pendurecalhos, os arrodeios, facilitam uma coisa que não é para ser facilitada. São apra os cardíacos e mulheres grávidas. Se estás enquadrado em algum desses, pergunto, estás sentado?

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