quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Injeção

"Hoje eu vou chorar", dizia com pleno entendimento dos seus sentimentos aos quase dois anos de idade. O carro havia estacionado no posto de saúde, seus pais se surpreenderam com a frase. Não sabia o que era asma, ou tratamento, mas tinha a certeza de que não gostava de injeção. Uma por semana. Normalmente pai e mãe diziam-lhe que não doía, mas hoje ele estava experiente. "Mas porque vai chorar?", perguntou a mãe. Disse desafiadoramente: "Hoje eu vou chorar", convicto de seus ideais. Desceu do carro, e caminhou até metade do caminho de mãos dadas. A mãe tentava demovê-lo. "É só uma picadinha de formiguinha, não dói". Nada falava. Ao chegar perto, via a fila com outras crianças. Algumas brincavam e riam em sua ignorância ou coragem, outras já choravam, saindo da sala maldita, que todos aguardavam entrar. Pobres coitados. Se sentiu apreensivo, e pediu para ficar no colo. A mãe não o recusou, e continuava sua ladainha. Ele estava impossível naquele dia, e não dava atenção, era todo apreensão, atento para que nunca chegasse a sua vez. Ouviu a moça de branco chamar-lhes: "Mãe, é vez de vocês", apontando-lhes o dedo. "É a de asma", ela disse ao entrar na sala. Mãe logo comentou com a outra moça de branco, como quem contava uma anedota: "Ele disse que hoje vai chorar". A médica riu docemente e falou: "Vai nada, esse menino corajoso, é só uma picada de formiguinha". Respondeu: "Dói sim.", dando seriedade a situação. Logo a médica escondia o riso com a máscara branca, e tirava sua agulha de um isopor, com o vidrinho. Puxando o líquido da ampola, pedia que lhe mostrasse o braço. A criança não se recusou, senão ajudando, levantou a camisa com pesar e olhos fixos para os olhos da médica, mostrando sua coragem. Logo, sentia o ferrão do escorpião perfurando sua pele e o veneno gelado e ardido adentrando seu corpo. Deu um grito contido, e derramou duas lágrimas.   Olhou para todos, e logo, voltou o rosto para sua mãe e disse de modo provocador, com a voz cheia de tristeza: "chorei".

sábado, 24 de setembro de 2011

Deus ex machina

Um certo mendigo cego de Colono certa vez me dissera que pudera ele uma só vez voltar ao tempo, converteria seus pecados em milagres, não por deixar de fazê-los, senão para glorificar-se ao fazê-los, pois a única culpa que sente hoje é por sentir-se culpado. Qualquer pecado não tem qualquer peso se o mais grave é aquele cometido contra si mesmo. O cego decrépito, já velho e moribundo se arrependia profundamente de culpabilizar-se por qualquer coisa pouco relevante. Me dizia em voz baixa, como quem revelava um segredo, que se soubesse que o mundo seria capaz de transformar-se no que é hoje, ao ponto de pecar não ter qualquer valor, jamais teria se culpabilizado por qualquer coisa sem importância. Cego era por si mesmo, ou qualquer estupidez de força maior. Deus ex machina, me disse em seu último suspiro.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia de preguiça.

Hoje me levantei da cama sem vontade. Senti a preguiça e pensei numa doença. Não queria ir trabalhar. Mas vou. A doença que pensei era muito "cara de mentira". Dor de barriga sempre é mentira, pensariam meus chefes. Não gosto que pensem que sou mentiroso. Tomei meu café da manhã com raiva. Comi queijo, mamão, iogurte, coisas de sempre. Ainda queria passar mal. Enquanto escovava os dentes, pensei em engolir a pasta de dente, e então me sentir mal. Ou ainda, engolir o anti-séptico, todos os dentistas dizem que não devemos engolir. Na embalagem inclusive dizem que não se deve engolir. Meus pais quando criança diziam para eu não engolir. O gosto tão bom, sempre me deu vontade de engolir. Não gosto quando as pessoas dizem o que eu devo fazer. Me lembra meus chefes, me dando coisas para eu fazer, prazos para cumprir, me obriga das demandas dele. Crie, diz ele, entregue, diz ele, anote, diz ele. Sempre tive problemas com autoridade. Na juventude, certa vez, briguei com um guarda. Ou melhor, quis brigar. Nunca cheguei a brigar com ninguém. Eu não consigo partir para ação. Eu quero o que eu não faço. Como o violão. Já quis aprender a tocar, mas nunca soube. Ainda quero. Quando vejo alguém tocando violão, penso, devia ter aprendido quando tive a oportunidade. Na juventude, entrei no conservatório, para violão, eu disse. Me disseram, você primeiro vai aprender flauta. Não gosto de aprender o que eu não quero aprender. Não fui mais. Não sei tocar flauta, só assobio. Mas poucos assobios, mas até que gosto. Tenho vergonha do meu assobio. Assobio baixinho, um som agudo, bem desafinado. De vez em quando meu assobio sai alto, coisa que eu nem controlo. Gosto de me perder no assobio. As vezes, no escritório assobio. Isso incomoda os colegas nos seus cubículos. Gosto de incomodar os outros. Quero que saibam que não gosto deles. Não deles, mas o que eles são para mim. Queria assobiar como um cauboi. Como o Clint. Gosto muito daquela música do filme de Leone. Mas não consigo assobiar. Começo com ela e acabo e acabo com a primavera de Mozart. Não sei como. Não sei nada de Mozart, não sou um erudito. Sei muito pouco de música. Conheço mais de musicas populares que eruditas. Só sei a primavera de Mozart. Gostaria de saber mais. Gostaria também de saber sobre livros. Talvez se eu fosse um erudito tivesse um emprego melhor. Já começo a ouvir a primavera. E mesmo assim tenho de ir trabalhar hoje.

domingo, 5 de junho de 2011

Desencontro

Certo dia encontrei alguém com um rosto familiar,
Curioso, lhe perguntei, "Com licença, nos conhecemos?",
Me respondeu, "Pois não, me chamo, Pedro."
Fiquei sem saber quem era.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Hemorróidas e teoria da conspiração

Em 1954, um caso em especial virou a principal pauta entre os ufologistas do mundo todo: o famoso caso Russell. Contextualizando o episódio, uma nave alienígena teria sido encontrada em pleno deserto americano. Ela seria constituída por um metal dobrável, possuidora de uma propriedade nunca antes vista: após qualquer dobra ou amasso, ele retornaria ao formato original, logo em seguida. Tal nave e seus integrantes foram guardados na famosa área 51, pela CIA, organização que mantém em segredo as evidencias desse episódio e até hoje e nunca levou à público uma confirmação do fato. Contudo, extra-oficialmente, algumas declarações de pessoas diretamente envolvidas merecem atenção, algo que para alguns torna mais plausível acreditar na veracidade do episódio.

O primeiro é o testemunho do criador de gado John Mitchel, primeiro homem a encontrar a nave. Certa noite de agosto daquele ano, ele vira luzes no céu, e ouvira um estrondo muito grande, numa localidade perto de sua casa. John saiu com seu filho, e pode recolher ao longo do caminho, pedaços do metal supra citado. Esse metal veio a público apenas cerca de uma semana após, sendo exibido e filmado pela rede de tv local. Em uma dessas imagens, mostra John Mitchel com um pedaço de martelo, dando batidas fortes, e o metal voltando a sua forma original instantaneamente. A repórter Silvia Perry não contem sua surpresa e admiração, comentando que nunca havia visto algo parecido. Além do metal, o criador de gado fala sobre o que vira também: constituída desse tipo de metal, algo que parecia uma nave, em formato de cone (e não de disco como comumente se escuta dizer). Ela estava com a parte superior lançada cerca de três metros do que parecia ser a parte inferior. Dentro da parte inferior, três assentos ocupados por criaturas nunca antes conhecidas pelo homem: os alienígenas. Contudo, todas as três criaturas pareciam devidamente mortas. 

John Mitchel logo compreendeu do que se tratava aquilo, e arranjou de levar um exemplar para sua, para tirar fotos e chamar seu amigo e vizinho Peter Odonell. Peter trabalhava junto com John em sua fazenda, exercendo o ofício de veterinário. Peter foi acordado à noite com um susto, ouvindo a movimentação intensa em frente a sua casa. Ouvira também o estrondo, contudo não saiu de casa para checar, pensando tratar-se de uma batida de trânsito, ou aviso de tempestade. Apenas com a chegada de John a sua casa, que pode tomar ciência da importância dos barulhos ouvidos anteriormente. Foi na mesa da sua cozinha que o primeiro alienigena, trazido por John e seu filho no teto do carro, fora examinado. Peter usou de seus conhecimentos veterinários para abrir a criatura e conhecer sua anatomia. Em alguns aspectos, segundo o seu testemunho publicado no livro "Autopsia de um alien", o alienigena parecia com um homem. O corpo com dois braços e pernas, aparentemente projetados para um andar bípede, e uma cabeça avantajada, mostrando algo que talvez reflita um enorme desenvolvimento do sistema nervoso. Contudo, o coração, como foi observado mais tarde, se fazia ausente. O que fora encontrado foi um sistema vascular, e todo ele rico de pequenas bombas durante os tratos venosos e arteriais. Tal anatomia seria uma das explicações para as prováveis causas para aquilo que pareciam sinais de hemorroidas. Em um orificio que parecia ser usado para evacuação, havia sérias dilatações, similares a varizes. Não se sabe contudo se tal problema de saúde é pré-viagem interplanetária, ou isso se deu por longas horas de viagem. Contudo, Peter Odonell, posteriormente, em seu livro, considerou a ausência de gravidade, longas horas de viagem sentados não seriam tão problemáticas. 

Hoje se sabe porém que desde as idas do homem para o espaço, a ausência de gravidade acarreta uma série de problemas de saúde para os astronautas. A perda de massa é a mais comum, mais dentre elas, é a dilatação de vasos sanguíneo que destaco. Um dos momentos mais críticos é a entrada na terra, momento o qual se estabelecem uma volta repentina à gravidade terrena, e assim, os vasos antes ddilatados, sofrem uma tensão, originando assim varizes pelo corpo. A velocidade de entrada na atmosfera terrestre, gera uma força contra o assento, que aumenta o peso do astrounata, e assim a tensão nos vasos da parte anterior do corpo. Alguns astronautas, que já sofriam de hemorróidas anteriormente, relataram a piora do quadro após a viagem espacial, pulando do Grau I, para o Grau III ou IV. Sendo assim,  especula-se que os aliens encontrados na nave tenham sofrido de algo parecido, contudo, os tecidos aparentemente mais frágeis que os dos humanos, possam ter colapsado a vida destes seres. É possível então suspeitar que essas varizes pelo corpo tenham sido sua principal causa mortis.

Peter passou cerca de sete dias com o corpo em casa, em segredo, na mesa de sua cozinha. Além de John e sua família, apenas Mildred Odonell, sua esposa, sabiam. A reportagem para a TV local realizou suas filmagens apenas na área da queda, e foram chamados pelo próprio John Mitchel. Contudo, os corpos dos aliens já não mais estavam lá. Além daquele que estava na casa de Peter Odonell, os demais já haveriam sido levados pela CIA no dia seguinte. Apenas com a reportagem que a organização ficou sabendo que tal evento houvera sido conhecido por civis, e eresolveram visitar  criador de gado e seu vizinho. Levaram então o corpo e as amostras de metais recolhidas. É importante colocar aí a certa mitologia que se criou em volta desde então, ainda que hoje não haja prova material exposta ao grande público. Quando as autoridades irão se pronunciar? Ou as autoridades americanas estão velando algum segredo maior para a proteão de todos nós? Ou então, nada disso jamais aconteceu? Só nos restas teorias várias.





quarta-feira, 20 de abril de 2011

Notícia

A verdade é que, como muitas outras coisas em minha vida, não sei dar uma notícia, senão apenas pego-a pelo meio. Há algo a ser contado, definitivamente, isso eu o sei, contudo não contá-lo já em seu princípio até aquilo que deve ser escrito, ou melhor, fazer um devido começo com toda a sua esmerada assertividade, preparando tudo para que a história aconteça e nos leve atravessando do ao seu meio e fim, cumprindo enfim sua missão; isso eu não sei. Não é muito diferente quando se dá um aviso. Não sou daqueles que dizem que tem uma noticia ruim, pedem para sentar, enrada inicialmente o faticídio, para então, jogar de maneira suave aquilo que desde o começo se esperava. Sou daqueles que dizem dando uma lapada, colocam sem cuspe, e fazem os outros caírem por não estarem sentados. Mas me compreendam, não por maldade ou nada disso, apenas porque não sei por onde começar. Definitivamente há algo a ser contado, mas não saberia dizer-lhes qualquer coisa a mais senão aquilo que há de ser dito. Sei que de fato, como se diz as palavra, a ordem em que se diz essas palavras, mudam aquilo que se diz. Por isso, acredito eu, quero menos responsabilidade possível naquilo que se diz, senão colocá-las da maneira mais direta que posso, a modo de me livrar delas. Uma notícia ruim como a que tenho para dar-lhes, não merece qualquer introdução vigorosa, rodeada, floreada, pois afinal nada há de bom nela. Pedir para sentar-lhe é diminuir justamente o choque que ela poderá causar e isso tampouco é o que desejo. Não quero que se sintam bem com uma noticia ruim, quero que sintam-se mau, preoucpem-se pois é importante que haja pena, que haja sofrimento, pois só assim, compreeder-se-a tal notícia em sua importância. O que quero dizer é que os floreis, os pendurecalhos, os arrodeios, facilitam uma coisa que não é para ser facilitada. São apra os cardíacos e mulheres grávidas. Se estás enquadrado em algum desses, pergunto, estás sentado?

domingo, 17 de abril de 2011

Pé-de-aço

Um grande robô, meu brinquedo de natal. Nada aconteceu, pedidos feitos em vão. Apenas pedaços: "Só tinha esse resto na loja.", disseram. Uma perna de plástico, do tamanho de uma perna de criança de 5 anos, com um pé de aço que calçava 45. Isso é lixo, disse mamãe, Isso é tudo, disse papai, Isso é um pé-de-aço, disse eu.

Meio criança, meio adulto; meio humano, meio robô; meio amigo, meio inimigo; um pé inteiro, um robô pela metade. Era o meu brinquedo: Esse é o meu pé-de-aço!, exclamei. Pisada forte, firme, bico bom, peso de papel, para muitas coisas meu pé de aço seriam boas - completava em mim.

Vou jogar fora, disse mamãe. É melhor mesmo, disse papai. Escutando de longe a conversa que acontecia na sala, "Chuto quem tentar", pensei eu. Estava armado o conflito, meu pé protegido no quarto, enquanto mamãe na sala, termiando de arrumar, para ir logo lá, e papai assistindo tv, mas sempre alerta: ao menor sinal de conflito surgiria como reforço - do lado inimigo - Temos que sair daqui! Logo! Peguei meu pé-de-aço, corri. No quintal, havia de protegê-lo. Observei a movimentação da casa pelas janelas, via mamãe buscando entre os cômodos a mim e ao meu pé-de-aço. Ouço o meu nome e logo em seguida, cadê você?, em tom ameaçador.

É preciso preparar uma estratégia de defesa, pois mamãe há de chegar, invadindo o quintal com seus reforços. Ela fala alto para papai que está na sala: "Ele está lá fora, vai pegar aquele lixo dele". Olho para o meu companheiro o pé-de-aço. Escondo-me nos entulhos, antes que cheguem. Misturamo-nos entre pedaços de outras coisas em um quartinho nos fundos do quintal: madeiras velhas e estragadas, pedras de cimento, pregos e ferros enferrujados, bichos e besouros.

Está escuro, a noite chegava, e o inimigo não dá mais sinal. Despistamos, pensei. Não há luz no quartinho do quintal, em meio aos entulhos. Meu pé de aço brilha entre o lixo, ali, sem dúvida ele é o rei. Os bichos fazem seus barulhos, e logo as baratas tentam ganhar território. Nunca estaremos livres. Meu pé de aço pisoteia-as. Parece que sempre esteve preparado para isso. Luto insistentemente, quando um inseto entra por baixo da camisa. Tiro-a, e logo meu pé-de-aço, companheiro de batalha, salva minha vida, jogando-se em cima dela, em uma pisada forte!

Se fosse vivo certamente seria um nobre. Falaria com honradez. Me agradeceria por protegê-lo. Me convidaria para o seu castelo, faríamos uma festa. Lembraríamos das aventuras que tivemos. Agradeceria-me por servi-lo tão nobremente. Agradeceria-me por levá-lo ao seu reino. Dormiríamos. Acordaria no dia seguinte, com o espírito preenchido e preparado para novas batalhas. Me diria que não poderia ir, que tinha um reino para governar. Me diria que poderia visitá-lo. Nos despediríamos em uma solenidade, mas como velhos amigos.

Entro em casa, meu pé-de-aço fica em seu reino de entulhos, com uma batalha constante a ser vencida contra os inimigos artrópodes. Papai pergunta onde estive e digo que ele não entenderia. De fato, não entenderia. Mamãe pergunta pelo meu pé-de-aço, e falo que ele está onde tem que está. Lembro-me do meu amigo saudosamente, com respeito e admiração. Em seguida, mandam-me tomar um banho. Preparo-me para uma nova aventura.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Diário do viajante perdido: um encontro com o povo Irere-oe*

*Reportagem extraída da revista "Aventuras na História", edição 094, maio de 2011, editora Abril. Escrita pelo jornalista Caio Bezerra Silva.

Data do ano de 1997 a descoberta do conhecido "Diário do viajante perdido", quando pescadores da "praia do futuro", Ceará, por acidente, descobrem na áreia, dentro de uma combuca de barro, tais escritos. Na combuca, como viria dizer a historiadora Maria Cristina Figueiroa, professora efetiva do departamento de história da UnB, era claramente indígena, típico dos povos irerê oê, que numa tradução livre, viria a significar povo pé de maré., dizimados antes da chegada dos portugueses por outros povos. Ainda não se tem uma data determinada para a época em que fora escrito, contudo apenas se sabe que antecede cerca de 200 anos a chegada das embarcações de Pedro Álvares Cabral, o que apenas torna o diário um achado ainda mais interessante e relevante para o estudo do Brasil pré-colombiano. Contudo, o maior mistério que cerca tal obra é o seu autor. O texto está escrito em latim, de autoria de aparentemente um monje beneditino. Em nenhum momento fica claro a nacionalidade do autor, tampouco como ele chegara nessas terras que num futuro longíquo viria a ser dominada pelo homem europeu. O escrito parece estar faltando algumas partes signifitivas, que facilitem o entendimento ou o trabalho dos historiadores, contudo, o que há de mais relevante no texto são alguns dos relatos do monje sobre os povos irerê oê. O autor, ainda que não fosse um pesquisador, preencheu seu diário pessoal de observações a cerca do povo indígena, e o estranhamento com a nova cultura que entrava em contato, tornando-se me alguns momentos relatos ricos em detalhes sobre os hábitos e costumes do povo da praia. Em alguns momentos, há a tentativa de reproduzir os sons da língua indígena, no alfabeto europeu, assim como os curiosos relatos sobre os hábitos sexuais dos pertencentes da tribo, seus rituais de guerra e culto adivindades sagradas: o Iurarê, o que seria o espírto da maré encarnado no corpo do chefe da tribo, e o Maptchumbare-oê, o espírito do chão encarnado em todo o povo da tribo, que daria força ao Iurarê, como seria explicado no diário.

Ainda em estudo, e não totalmente traduzido, em entrevista com a chefe do Núcleo de Estudos Pré-Colombianos, a professora Maria Crsitina Figueiroa, traz alguns trechos de algumas revelações que podem proporcionar um novo entendimento sobre o povo Irerê-oê, sobretudo, sobre o seu declínio. Contudo o diário ainda é considerada uma fonte histórica incerta, pois não conseguiu-se ainda definir uma época específica para a origem do viajante do diário. Assim como não há o conhecimento de qualquer outro relato sobre tal viajante, a não ser tal escrito. Afinal de contas, quem é esse monje? "Não sabemos. E o texto com muitas partes faltando, muitas pelo tempo que se perderam, é um texto que não tem uma continuidade e assim fica muito dificil de haver um entendimento único.", diz a historiadora. O texto escrito em latim dificulta ainda mais saber a nacionalidade de tal turista, contudo, o que acredita-se, é que ele seja um náufrago da terceira embarcação francesa, que aventurou-se a navegar pela costa do Noroeste da África.

No período de 1300, a 1400 aproximadamente, há o registro da tentativa secreta da Igreja Católica de aventurar embarcações por essa área, em busca do que pode-se chamar uma cruzada ao oeste. Todas elas mal sucedidas, levando a um abandono abrupto de tal empreitada, com o fortalecimento dos estados modernos. Sabe-se que tal embarcação perdera-se, acreditando que tenham se afastado um pouco mais a oeste do que imaginara-se, e se chocando com os rochedos da "Falha geologica da Calmaria e Boa ventura", no oceano Atlântico. O monge teria ficado a deriva no mar, e chegado a então praia desconhecida pelo homem branco, inexplicavelmente, vivo. A data estipulada pelo teste do carbpono 14 é aproximada com a data da embarcação, assim como são essas as únicas embarcações européias que tentaram se arriscar para esses lados no período. Fala-se que muito dos mitos conhecidos sobre o fim do mundo à oeste, passaram a existir de tais fracassos marítimos, enriquecendo o imaginário da população medieval.

"O que há de mais importante neste diário, são os dados fornecidos para o entendimento do fim do povo Irerê-oê. Quando nosso viajante chegou aqui, eles já se encontravam decadentes." A pesquisadora se refere ao longo período de guerra entre outras nações indígenas, a fome e rituais sanguinários. A região da praia não vinha sendo próspera, assim como a principal característica desse povo, o nomandismo, levavam a constante mudança de território e ao encontro com outras nações, sendo eles, muitas vezes, encontros sanguinolentos. Contudo, jamais podem ser caracterizados como um povo imperialista, ainda que nas guerras, quando vencedores, havia a aniquilição total dos inimigos e, como de costume, a antropofagia. Raramente havia alguma aquisição ao costume de outra cultura. A cultura oral e a caracteristica de ser um povo fechado ajudou para que se soubesse menos sobre esse povo, e por isso a importância do achado histórico. Ao que parece, não terem matado o monge foi algo incomum, contudo acredita-se que o fato de o terem achado vindo do mar, o povo o deixou conviver entre eles, mas nunca como um igual. A religião de cunho animista, endeuzava, entre outras coisas, a dinvidade do mar, e ao monge fora dado um nome relativo ao mar, apesar dele jamais ser escrito no diário. "Ele fala em certo momento que o chamam por um nome que ele não consegue repetir. A língua das pessoas da praia é composta por alguns sons guturais, e que as deformações infrigidas na língua, tornam impossível para o monge depronunciar. ... Em certo momento ele tenta criar uma escita para a lingua do povo, mas é algo muito limitado, havendo apenas os caracteres que soam iguais as letras do alfabeto europeu.".

O período que o monge chega, é justamente em um momento em que o povo Irerê-Oê, após um conflito violento com os guaranis, movem-se para um outro território, totalmente desconhecido, para logo irem de encontro a uma outra nação. É preciso antes colocar que mesmo nomades, os Irerê-oê transitavam por um território o qual se repetia: após sair de algum lugar, poucas vezes iam a algum lugar novo, senão voltavam a algum lugar que já estiveram. "Sabe-se que há algo de sagrado na peregrinação desse povo, pois voltar a terra anterior era o reencontro com os antepassados e as divindades da natureza. Era voltar a região das falésias, ou ao arvoredo sagrado, todos lugares os quais se ligavam histórias míticas e reais de lutas dos antepassados e divindades. Isso também explicaria alguns empreendimentos imperialistas dos Irerê-oê, quando no encontro com outras nações, a retomada do território antigo era um momento em que havia a transfiguração e alcançava-se a divindade. Eles então mantinham sempre um movimento que parecia um zigue-zague, abandonando o território para reencontrá-lo e reconqusitá-lo", fala Maria C. Figueiroa. A aniquilação do outro povo, dava-se na medida em que se estipulava o sagrado, tranformando a guerra na principal forma de encontro com o sagrado. Contudo, a violência frequente os levou também a um período de decadencia, pois as constantes guerras e conflitos os levaram a sua miséria economica e humana, dado os altos ínidices de mortalidade.

A chamada hoje praia do Futuro então marcou o encontro de um povo derrotado, em pleno colapso, com um estrangeiro, vindo da principal divindade, o mar. Em nenhum momento o monge parece reconhecer tal tipo de movimentação nômade, senão relata em detalhes o seu assombro com os rituais infrigidos a alguns dos Maptchumbare-oê, pelo Iurarê. Dado as derrotas constantes, o Iurarê, a dinvindade do mar encarnada no chefe da tribo, tinha o poder para reclamar mais corpos, aqueles que não forma ganhados no conflito. Quando vitoriosos, os corpos ofertados eram os dos outros povos, aniquilados. Contudo, quando derrotados, haviam de oferecer corpos de seus proprios integrantes, dos Maptchumabare-oê, o que consistia em esquartejar alguns e jogá-los ao mar, e outros, servidos para que o Iurarê o comesse. Sua alimentação era basicamente antropofágica, diferentemente do Maptchumbare-oê, que viviam da caça de animais e colheita de plantas e frutas nas matas. Após a digestão, as fezes do Iurarê eram levadas ao mar, quando não usurpadas pelos demais integrantes da tribo, que as enterravam ou comiam, na tentativa de conseguir mais força e poder entre os Maptchumbare-oê. Completa a pesquisadora: "Ser forte para os Urarê-oê significava sobreviver à guerra ou a fome insaciável do seu chefe e sua divindade, basicamente." Para um povo que já havia sido derrotado, e sofrido os pesares de constantes guerras, havia uma chacina ainda maior dentre os seus semalhantes, enfraquecendo-os ainda mais enquanto nação.

Os hábitos sexuais das tribos também são parte do relato, havendo uma descrição minuciosa da tradição de iniciação sexual das mulheres, quando eram defloradas pelo Iurarê, na medida em que os Maptchumbare-oê assistiam. Para depois, no mar, mergulhar e engravidar. Acreditava-se que era necessário ter relações sexuais com vários homens para que a criança nascesse completa, sendo filho assim da nação. As relações de parentesco modificavam-se, não hevendo um reconhecimento de quem era pai ou mãe, senão todos cuidavam de todos. Entre os Maptchumabre-oe não havia diferença alguma. Haviam apenas aqueles que eram considerados mais fortes e os considerados mais fracos, mas todos se encontravam no mesmo nivel social. Tal como outras nações indigenas, as crianças eram criadas por todos, e todos viviam nos galpões ciruclares comunais, erguidos com palha de coqueiro e madeira. As crianças, por volta dos doze anos eram considerada adultas, e seus pais tinham a obrigação de cortar-lhes a língua com dentes de tubarão, birfucando-a, em sinal de que não era mais criança.

O monge coloca que é comum ele passar muito tempo com as crianças, e que por isso, por também não ter a lingua bifurcada, vive como uma criança na tribo. Estas são protegidas, não sendo entregues ao Iurarê como um corpo ofertado, tampouco levadas aos conflitos com outras nações. Portanto, o monge esteve longe dos conflitos a maior pate do tempo, e apenas vivenciou a guerra quando uma nação guarani avançou sobre a localidade da tribo em que estava, havendo várias mortes, inclusive de outras crianças. Foi neste momento que descreve o primeiro ccntato ocm os rituais preparatorio para a guerra, quando se fabricavam armamentos e realizavam mais sacrifícios. "Há um trecho no diário que o monge descreve seu horror com aquele povo indigena, que mesmo havendo lhe acolhido, e mostrando um espírito cristão em germem, em tantos momentos, referindo-se a partilha comum e ao que chama de caridade, exibem uma verocidade demoniaca no que diz respeito aos hábitos relacionados a guerra."

A aniquilação do povo não se sabe ao certo, apenas que desapareceu completamente enquanto nação num intervalo de menos de cinquenta anos após o chamado início do período de decadência. Contudo, muito se deu mais pela dispersão e adesão a outros povos que por uma aniquilação total em conflitos armados. A fome insaciável da dinvindade do Iurarê também causavam fugas e abandonos dos Maptchumbarê-oê. Por fim, o relato desse viajante inusitado é abruptamente acabado, dado sua incompletude, não sabendo ao certo qual fora o fim de tal europeu perdido nas praias brasileiras pré-colombianas. Contudo, sabe-se hoje da importância desse diário para o entendimento de vários hábitos e fatos históricos do povo Irere-oê, sem o qual estariam perdidos. Perguntado a chefe do Núcleo de Estudos Pré-colombianos, quando esse diário será totalmente publicado então? "É importantíssimo que publiquemos esse diário, é um achado sem tamanho para a história do Brasil; contudo, é preciso ainda que haja mais pesquisa - ainda não terminamos de traduzí-lo todo se quer, e uma publicação só será possível quando este trabalho de tradução e estudo estiver concluído. Mas garanto, não demorará mais tanto." Esperemos então.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dos nomes indesejosos

Rivaldo ganhou esse nome por causa do jogador, pai fanático por futebol e mais ainda pelo Santa Cruz. Quisera homenagear o futebolista que jamais conhecera pessoalmente. Havia ainda uma outra segunda tentativa de fazê-lo, o filho, um outro jogador de sucesso. Para decepção do pai, o filho nascera sem aquilo que se chama corriqueramente de talento. Se havia alguma semelhança com o jogador eram as pernas tronchas, que inclinavam levemente para a esquerda. Mais do que uma hablidade especial, as pernas eram motivos para muitas quedas e passes errados. Contudo, se não foi para o futebol que Rivaldo nasceu, certamente haveria de ser para outra coisa que não esportes. Primeiro por que futebol era o único jogo permitido por seu, pai, qualquer outro era motivo para que se questionasse a masculinidade do menino. Não que ele não tenha tentado o voleiball na adolescência, mais tarde, mas não sem sentir algum tipo de atração pelos colegas do time. Isso o pertubou um pouco e terminou por desistir, foi na época que decidiu-se fazer vestibular para direito. Contudo, antes, ainda na infância, chegou a fazer escolinhas de futebol, e participar de avaliações de olheiros do Santa, contudo as semelhanças das pernas tronchas e no nome não foram suficientes para encantá-los. Ficara triste na época, pensara que decepcionara o pai, o de fato o fizera. Depois desse episodio, o pai desistiu das ambições futebolistícas para o filho. Mas esse não foi o único fator, senão a chegada do seu segundo filho, irmão mais novo de Rivaldo, Ronaldo.

Ronaldo era, como todo segundo filho, aquele criado sem os erros do primeiro, acreditara o pai. O menino nasceu sem as pernas tronchas, o que pareceu um bom sinal e logo após dar os primeiros passos, o pai já colocava a bola para ele chutar. Acontece que Ronaldo, nessa época, se interessava mais em pegar a bola com as mãos para levá-la a boca, que chutá-la novamente. O pai pensou, "Ronaldo é nome de jogador de linha, mas se for pra ser goleiro, não vejo muito mal nisso, pelo menos ainda via ser jogador". No outro dia, o pai comprou-lhe luvas, grandes ainda para a sua idade e colocou no seu quarto. Ronaldo crescera muito e as luvas ainda não cabiam adequadamente na sua mão. Ronaldo fora uma criança que gostava de brincar, de correr, de pular, mas não com bola. Tinha um hábito até os quatro anos mais ou menos de colocar pedras na boca. Isso lhe ocasionou muitos vermes, e foi se tornando uma criança miúda, pequena, raquítica. Não cresceu adequadamente, e ficou pequeno para a decepção do pai, que ambicionara um goleiro. O menino porcausa do tamanho, quando ia jogar, ou não era escolhido, ou era derrubado facilmente pelos outros garotos. Começou a ficar com medo do jogo, de ser derrubado pelos outros meninos, o que lhe causou uma certa ojeriza a essa paixão nacional. Quando foi colocar o menino para fazer o teste para ir para o Santa o olheiro não o deixou jogar. Disse que era para crianças maior de dez anos. Ronaldo respondeu, tenho 10 moço, mas ele já havia lhe dado as costas. Após esse dia, Ronaldo pediu desculpa para o pai, e cresceu um pouco mais na adolescência. Tentou continuar no esporte apenas como hobby, também para não decepcionar o pai completamente, como fizera Rivaldo, mas de fato nunca quis seguri essa carreira. Já adulto sabia que não fora premeditado colocar pedras na boca, mas se soubesse que isso iria lhe ocasionar o abandono do futebol, teria feito novamente. A noite, as vezes, ainda podia sentir o estalar das pedras no dente, não sem um estranho sentimento de saudade. Pensava consigo:"O gosto da infância".

O pai, desgostoso da vida, após Ronaldo ser rejeitado pelo olheiro, passou a ter um plano meio delirante, de ter novamente um filho, um terceiro, que não lhe decepcionaria nos quesitos futebolísticos ideais. Consultou a numerologia, para saber o nome ideal: um nome certo o qual selaria o destino daquela criança no sucesso inescapável - Edson Diego. Se assombrou com o Diego, dissera-lhe ao numerologista, mas se era para que não houvesse erro, o faria de bom grado. Unir forças antagonicas pode ocasionar uma grande explosão de talento, pensara consigo. Engravidou sua mulher, esperou algum tempo, e no primeiro ultrasson, aos 4 meses, o médico anunciou:"É menina". A mãe falou: "vai se chamar Isadora, como a bailarina."

sexta-feira, 11 de março de 2011

do fim do personagem

É irrelavante a maneira de que se começa uma história, se antes sabe-se já como terminará. Uma história finaliza-se com a morte de seus personagens, digo, as que em geral se contam, tradição grega, ou talvez a morte de alguns, aquilo Medéia nos resume e ajuda: quando não há mais nada que se possa fazer. Fim, morte, num sentido mais latu, que nega qualquer outra possibilidade a nós e, mais ainda, aos personagens. Se contarei uma história trágica ou não, acredito que, contudo, conjunção adversativa preciosa esta, o percurso que nos levará ao seu desfecho, as estradas tortuosas, há de ter algum valor, que ao menos nos prenda por alguns momentos, antes que nos encontremos com o que há de fatídico. Contudo, a cada página, parágrafos que se passam se contam as palavras que ficam para trás, e nos envolvem naquela trama e teia, em que após algum tempo, grande ou pequeno, após nosso envolvimento, o autor nos brinda com o inevitável: o fim. Certo em toda história, nos é certo, tal qual a condição humana, que tudo se acabe, e aquele breve mundo fictício, construído por palavras encaixadas tal como um prédio, se desmorone ao ser fechado o livro. Acredito eu, que o fim trata-se sobretudo de uma briga de seu autor com aqueles personagens, uma vez que é impossível para eles escreverem mais. Há os autores que não conseguem matá-los, mas tampouco terminá-los, abandonando-os, e delegando o seu fim a própria incompletude: K. nos um é exemplo caro. Contudo nos deleitamos mais com a morte alegre e saudável das tragédias, que nos preenchem a alma a séculos, de pessoas que comem seus filhos, o suicídio, ou mesmo o parricídio, colorindo nosso imaginário, com pé no romantismo, dizendo-nos que é isso que nos espera, nada além do desígnio dos deuses.

Dada uma introdução sobre o fim, inicio contudo minha história, a qual vocÊs já devem antever um fim possível. Haverá morte. Talvez algum filho (gosto de Medéia), pois como autor, ainda não decidi meu personagem, ou mesmo qual será o seu drama. Contudo, já vejo linhas se formarem, num arranjo que apenas espera pela sua mote precoce, algo que me parece apenas indicar a resistencia própria para que eu escreva. Afinal, um inicio, apesar de um inicio real ja dado, ainda falta nesta historia a qual apenas antevemos o fim. De todo, não haverá pele de velocino dourado, olhos furados, amores de famílias rivais, herdeiros de tronos que se veem fantasmas, baratas gigantes, pessoas em geral. Apenas um personagem, sem nome e sem história, que apenas espera sua morte.

Se a sua vida, digo, a vida de um personagem, entendida enquanto o periodo que dura a relação com o seu autor, terá algum designio, ou aidna algum arco dramático, se aprenderá uma lição de moral, nada disso nós saberemos, pois o niilismo do autor nega-lhes a vós leitores, o direito a saber. Ou melhor, nego-lhe, ao persongem uma vida, pois só lhe desejo a morte. É esse personagem, o qual não existe, ou existe na negação de uma história, que encontra-se cerrada a tragédia. Como pode haver uma história, de morte, sem a vida. Quero apenas relatar a morte do personagem, e não a morte como personagem, contudo, apenas falar-lhe a morte, sem conceder-lhe um momento de vida.

Não posso começar falando que em um caixão cinza se encontrava F. Morrera assassinado, nunca ligara para a saúde, ainda que vivesse no século XXI. Fora advogado, pai de alguns filhos, nunca assumiu nenhum, e um lhe matara, o terceiro. Estas palavras já lhe falam da vida, da vida deste personagem ao qual tentei negar-lhe um nome e substitui, arbitrariamente por uma letra. Tarefa destinada ao fracasso. F. é um nome, se está foi a história da vida de F., a história da morte de F. ndefinitivamente não e sabe, só se sbae na medida em que F. não existe. Por isso apenas falei do final. F. não existe. O que existiu dele, já começo a desgostar, e quisera nunca ter escrito algumas palavras que o fizeram existir. Já desejo matá-lo, e como um todo, não ao meu personagem apenas, senão ao seu filho, o assassino, e qualquer um dos outros filhos que F. jamais assumira por preguiça deste autor em criá-los e conceder-lhes alguma vida. Já desejo o fim disso, talvez vocÊ queria criá-los. Eu não.