Conteúdo e valor calórico: a) coisas relacionadas com coisas que não se relacionam e por ventura existe e misturamos; b) desejos de pincéis de pelo de camelo; c) programações para robôs edipianizados; d) trabalho árduo e dedicação à preguiça; e) devaneios poéticos piegas; f) palavras soltas, mal arranjadas, ou não: porcausa de agressão em corpo em cima de trabalho para me transformar em cobra, me desenruga toda minha pele, sendo que eu não mereço isso.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Dia de preguiça.
Hoje me levantei da cama sem vontade. Senti a preguiça e pensei numa doença. Não queria ir trabalhar. Mas vou. A doença que pensei era muito "cara de mentira". Dor de barriga sempre é mentira, pensariam meus chefes. Não gosto que pensem que sou mentiroso. Tomei meu café da manhã com raiva. Comi queijo, mamão, iogurte, coisas de sempre. Ainda queria passar mal. Enquanto escovava os dentes, pensei em engolir a pasta de dente, e então me sentir mal. Ou ainda, engolir o anti-séptico, todos os dentistas dizem que não devemos engolir. Na embalagem inclusive dizem que não se deve engolir. Meus pais quando criança diziam para eu não engolir. O gosto tão bom, sempre me deu vontade de engolir. Não gosto quando as pessoas dizem o que eu devo fazer. Me lembra meus chefes, me dando coisas para eu fazer, prazos para cumprir, me obriga das demandas dele. Crie, diz ele, entregue, diz ele, anote, diz ele. Sempre tive problemas com autoridade. Na juventude, certa vez, briguei com um guarda. Ou melhor, quis brigar. Nunca cheguei a brigar com ninguém. Eu não consigo partir para ação. Eu quero o que eu não faço. Como o violão. Já quis aprender a tocar, mas nunca soube. Ainda quero. Quando vejo alguém tocando violão, penso, devia ter aprendido quando tive a oportunidade. Na juventude, entrei no conservatório, para violão, eu disse. Me disseram, você primeiro vai aprender flauta. Não gosto de aprender o que eu não quero aprender. Não fui mais. Não sei tocar flauta, só assobio. Mas poucos assobios, mas até que gosto. Tenho vergonha do meu assobio. Assobio baixinho, um som agudo, bem desafinado. De vez em quando meu assobio sai alto, coisa que eu nem controlo. Gosto de me perder no assobio. As vezes, no escritório assobio. Isso incomoda os colegas nos seus cubículos. Gosto de incomodar os outros. Quero que saibam que não gosto deles. Não deles, mas o que eles são para mim. Queria assobiar como um cauboi. Como o Clint. Gosto muito daquela música do filme de Leone. Mas não consigo assobiar. Começo com ela e acabo e acabo com a primavera de Mozart. Não sei como. Não sei nada de Mozart, não sou um erudito. Sei muito pouco de música. Conheço mais de musicas populares que eruditas. Só sei a primavera de Mozart. Gostaria de saber mais. Gostaria também de saber sobre livros. Talvez se eu fosse um erudito tivesse um emprego melhor. Já começo a ouvir a primavera. E mesmo assim tenho de ir trabalhar hoje.
domingo, 5 de junho de 2011
Desencontro
Certo dia encontrei alguém com um rosto familiar,
Curioso, lhe perguntei, "Com licença, nos conhecemos?",
Me respondeu, "Pois não, me chamo, Pedro."
Fiquei sem saber quem era.
Curioso, lhe perguntei, "Com licença, nos conhecemos?",
Me respondeu, "Pois não, me chamo, Pedro."
Fiquei sem saber quem era.
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